AGRONOMIA
Projeto Político Pedagógico
De acordo com a Resolução n. 1/2006-CNE/CES, o curso de Agronomia deve proporcionar aos seus egressos um perfil com as seguintes características:
I. Sólida formação científica e profissional geral, que possibilite absorver e desenvolver tecnologias;
II. Capacidade crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade;
III. Compreensão e tradução das necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação aos problemas tecnológicos, socioeconômicos, gerenciais e organizativos, bem como utilização racional dos recursos disponíveis, além da conservação do equilíbrio do ambiente; e
IV. Capacidade de adaptação, de modo flexível, crítico e criativo, às novas situações.
As áreas de atuação do Engenheiro Agrônomo são delimitadas pelo Art. 5º da Resolução n. 218/1973-Confea, que atribui ao profissional a atuação nas áreas de engenharia rural; construções para fins rurais e suas instalações complementares; irrigação e drenagem para fins agrícolas; fitotecnia e zootecnia; melhoramento animal e vegetal; recursos naturais renováveis; ecologia, agrometeorologia; defesa sanitária; química agrícola; alimentos; tecnologia de transformação (açúcar, amidos, óleos, laticínios, vinhos e destilados); beneficiamento e conservação dos produtos animais e vegetais; zimotecnia; agropecuária; edafologia; fertilizantes e corretivos; processo de cultura e de utilização de solo; microbiologia agrícola; biometria; parques e jardins; mecanização na agricultura; implementos agrícolas; nutrição animal; agrostologia; bromatologia e rações; economia rural e crédito rural; seus serviços afins e correlatos.
Ainda segundo a Resolução n. 218/1973-Confea, em seu Art. 1º, para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades:
Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;
Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;
Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;
Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
Segundo a Resolução n. 1/2006-CNE/CES, o curso de Agronomia deve possibilitar a formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
a) projetar, coordenar, analisar, fiscalizar, assessorar, supervisionar e especificar técnica e economicamente projetos agroindustriais e do agronegócio, aplicando padrões, medidas e controle de qualidade;
b) realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos, com condutas, atitudes e responsabilidade técnica e social, respeitando a fauna e a flora e promovendo a conservação e/ou recuperação da qualidade do solo, do ar e da água, com uso de tecnologias integradas e sustentáveis do ambiente;
c) atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário interagindo e influenciando nos processos decisórios de agentes e instituições, na gestão de políticas setoriais;
d) produzir, conservar e comercializar alimentos, fibras e outros produtos agropecuários;
e) participar e atuar em todos os segmentos das cadeias produtivas do agronegócio;
f) exercer atividades de docência, pesquisa e extensão no ensino técnico profissional, ensino superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão; e
g) enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo, do trabalho, adaptando-se às situações novas e emergentes.
A Universidade tem como função garantir a produção, compartilhamento e apropriação do conhecimento produzido por meio da indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, que serve como base para direcionar as ações desenvolvidas durante o curso e em sua relação com a sociedade.
A sequência das disciplinas a serem ministradas durante o andamento do Curso de Bacharelado em Agronomia, conforme a matriz curricular, associadas às atividades práticas previstas em laboratórios, visitas técnicas e estágios supervisionados, permitirão uma forte interação do aluno com a realidade da agropecuária, fazendo com que o discente desenvolva as capacidades de abstração e fixação dos conceitos teóricos das disciplinas da graduação.
No que tange aos aspectos relacionados ao processo ensino-aprendizagem centrado no estudante; o desenvolvimento de atividades práticas em laboratório e a campo; a oferta de disciplinas optativas, de livre escolha dos discentes; valorização tanto da competência técnico-científico quanto didático-pedagógica de seu corpo docente incorporando as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) alteradas em 2019 e inserindo como eixo estruturante do curso, enquanto módulo transversal e integrador, as atividades de extensão envolvendo a comunidade. A experiência do aluno em elaborar e desenvolver as aulas práticas e de campo, sob a supervisão do professor, poderá capacitar este a identificar e fixar as variáveis fundamentais discutidas em sala de aula, aproximando o acadêmico da realidade prática.
O curso de Bacharelado em Agronomia proporciona aos discentes a realização de atividades de forma a constituir o conhecimento, estimulando as reflexões por meio de ensaios e testes laboratoriais, já que a região leste de Mato Grosso é carente de empresas que permitirão ao aluno fazer a interação teórico/prática nas diferentes áreas de atuação profissional.
Algumas das ações que permitem articular a relação ensino, pesquisa e extensão na instituição são implementadas pelas atividades de iniciação científica, através de editais de fomento à pesquisa e demais atividades realizadas pelos docentes, envolvendo os alunos e demais segmentos da sociedade. No que tange ao desenvolvimento das ações de ensino, pesquisa e extensão, por meio de conteúdos teóricos e práticos que envolvem as disciplinas que compõem a grade curricular, programas/projetos, cursos e eventos, entre outras que serão realizadas ao longo do curso, estimulam a formação de profissionais mais críticos e aptos a resolução de questões relacionadas à área de Agronomia. Considerando a Instituição em sua universalidade, e todo o processo de reestruturação dos PPCs que passa a ser uma estratégia para o enfrentamento técnico e científico dos problemas de infraestrutura e socioambientais na área e devem ser propostas por meio da inter, trans e multidisciplinaridade, promovendo o diálogo entre docentes/pesquisadores, acadêmicos e comunidade.
A criação e manutenção de convênios com outras instituições como política de estágio favorecem as trocas de experiências, atualização de conhecimentos tecnológicos, práticas gerenciais de desenvolvimento de produtos e processos dentre outros, contribuindo para enriquecer a formação e a prática profissional do aluno.
O presente Projeto Pedagógico do Curso de graduação em Agronomia da Faculdade Multidisciplinar do Médio Araguaia (FAMMA) da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) foi elaborado de modo a fornecer aos seus discentes os conhecimentos e habilidades necessários à concepção e à prática da Agronomia, capacitando o profissional a se adaptar de modo flexível, crítico e criativo às novas situações.
As diretrizes gerais contidas neste documento se baseiam no disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), em suas alterações e regulamentações, no Estatuto da Universidade do Estado de Mato Grosso (Resolução n. 001/2010-Consuni), e no Plano de Desenvolvimento Institucional da Unemat.
A Estrutura Curricular do Curso de Agronomia, desta forma, segue as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Agronomia, estabelecidas pela Resolução nº 01 do Ministério da Educação (MEC), de 02 de fevereiro de 2006, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 03 de fevereiro de 2006, seção I, pág. 31-32. Neste documento, os componentes curriculares dos cursos de Agronomia são distribuídos em três núcleos de conteúdo, recomendando-se a interpenetrabilidade entre eles:
I. Núcleo de conteúdos básicos: composto dos campos de saber que forneçam o embasamento teórico necessário para que o futuro profissional possa desenvolver seu aprendizado. Esse núcleo é integrado por: Matemática, Física Química, Biologia, Estatística, Informática e Expressão Gráfica.
II. Núcleo de conteúdos profissionais essenciais: composto por campos de saber destinados à caracterização da identidade do profissional. O agrupamento desses campos gera grandes áreas que caracterizam o campo profissional e o Agronegócio, integrando as subáreas de conhecimento que identificam atribuições, deveres e responsabilidades. Esse núcleo é constituído por: Agrometeorologia e Climatologia; Avaliação e Perícias; Biotecnologia, Fisiologia Vegetal e Animal; Cartografia, Geoprocessamento e Georeferenciamento; Comunicação, Ética, Legislação, Extensão e Sociologia Rural; Construções Rurais, Paisagismo, Floricultura, Parques e Jardins; Economia, Administração Agroindustrial, Política e Desenvolvimento Rural; Energia, Máquinas, Mecanização Agrícola e Logística; Genética de Melhoramento, Manejo e Produção e Florestal. Zootecnia e Fitotecnia; Gestão Empresarial, Marketing e Agronegócio; Hidráulica, Hidrologia, Manejo de Bacias Hidrográficas, Sistemas de Irrigação e Drenagem; Manejo e Gestão Ambiental; Microbiologia e Fitossanidade; Sistemas Agroindustriais; Solos, Manejo e Conservação do Solo e da Água, Nutrição de Plantas e Adubação; Técnicas e Análises Experimentais; Tecnologia de Produção, Controle de Qualidade e Pós-Colheita de Produtos Agropecuários.
III. Núcleo de conteúdos profissionais específicos: inserido no contexto do Projeto Pedagógico do Curso, visa contribuir para o aperfeiçoamento da habilitação profissional do formando. Sua inserção no currículo permite atender às peculiaridades locais e regionais e, quando possível, caracterizar o projeto institucional com identidade própria.
O processo de ensino-aprendizagem do curso de Agronomia foi pensado de forma a envolver um conjunto de atividades articuladas e fundamentadas nos pilares do conhecimento, como aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a ser (DELORS, 2004), para que o perfil profissional do futuro Engenheiro Agrônomo esteja alicerçado em três grandes grupos de habilidades: i) as cognitivas, comumente obtidas no processo de educação formal, como por exemplo a resolução de problemas, criatividade, capacidade de compreensão, julgamento crítico e
conhecimento geral); ii) as técnicas especializadas, como informática, operação de equipamentos, planejamento e processos de trabalho; e III) as comportamentais e atitudinais, como cooperação, iniciativa, empreendedorismo, motivação, responsabilidade, participação, disciplina, ética e a atitude permanente de aprender a aprender (GÍLIO, 2000; WHITAKER, 1997).
Para que isso seja possível, o Curso de Agronomia da FAMMA/Unemat abrange um rol de disciplinas e atividades, ordenadas por matrículas semestrais, e metodologias de ensino que envolvem recursos de exposição didática tradicionais, como aulas expositivas teóricas e aulas práticas de campo e de laboratório, estudos de casos, trabalhos em sala de aula e extra sala de aula e seminários. Inclui ainda, mecanismos que garantem a articulação da vida estudantil com a realidade do mercado de trabalho e os avanços tecnológicos, como as visitas técnicas.
Mas além das atividades tradicionais no ensino de Agronomia, o curso incorpora também estratégias de ensino arrojadas, com destaque para as relacionadas ao uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, como as Aprendizagens Baseadas em Problemas (ABP), em Projetos (ABP) e em Equipes (ABE), o ensino híbrido e a sala de aula invertida. Nas metodologias ativas, o discente é o protagonista do processo de ensino-aprendizagem, e o educador deve proporcionar situações que se aproximem da realidade, conduzindo a construção dos problemas e das soluções, otimizando o trabalho em equipe e fortalecendo o pensamento crítico reflexivo (DIAZ-BORDENAVE; PEREIRA, 2007).
As metodologias ativas de ensino-aprendizagem pressupõem, portanto, a reflexão sobre problemas que geram curiosidade e desafio; a disponibilização de recursos para pesquisar problemas e soluções; a identificação e organização das soluções hipotéticas mais adequadas à situação e à aplicação dessas soluções (DIAS, 2008).
Objetivos
Avaliação do Curso
A avaliação do curso de Agronomia da Unemat do Câmpus Universitário do Médio Araguaia “Dom Pedro Casaldáliga” é um processo contínuo e permanente, realizada por meio de discussões entre instituições da área e com organizações de representação da sociedade civil, com vistas a
identificar demandas, subsidiar teoricamente a construção de estratégias interventivas e ampliação do mundo do trabalho.
Busca-se também com a Avaliação do Curso a articulação com organizações da categoria profissional, de formação e instituições de ensino, visando construir pautas e fortalecer ações conjuntas de formação e afirmação social do profissional de Agronomia, movimento este que contribui no processo avaliativo externo do curso.
Outro aspecto relevante a ser considerado no processo avaliativo externo do curso são os resultados qualitativos apresentados nos Exames Nacionais de Desempenho dos Estudantes (ENADE), realizados periodicamente sob a coordenação do MEC, bem como o relatório de reconhecimento e renovação de reconhecimento de curso. Estes elementos constituem pauta de análise do Núcleo Docente Estruturante.
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) busca avaliar o desempenho dos discentes no início e ao final do curso, permitindo analisar a evolução do discente durante o período avaliado. Além disso, são considerados pelos avaliadores documentos como o Censo Educacional, o Projeto Pedagógico do Curso, e, no caso de avaliação institucional, o Plano de Desenvolvimento Institucional.
Autoavaliação do Curso de Agronomia
A autoavaliação gera conhecimentos fundamentais para o planejamento e para a ação que podem ser tomadas no intuito de implementar melhorias no curso de Agronomia. Vale ressaltar que a participação e interação entre os docentes, discentes e técnicos ligados ao curso é fundamental e indispensável no processo de autoavaliação. Este processo, quando bem conduzido, reflete no impacto do processo educacional por intermédio do pensar e do agir dos discentes/avaliadores (VIANNA, 2003). A autoavaliação permite que o curso identifique suas necessidades, que são múltiplas e variadas.
O curso de agronomia realiza a autoavaliação por meio do seu Núcleo Docente Estruturante (NDE), que busca trabalhar em conjunto com a Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Unemat, instituída pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). A autoavaliação é realizada de forma semestral, e preferencialmente no andamento do semestre letivo para todas as turmas do curso de Agronomia.
Os instrumentos de avaliação são utilizados para o planejamento educacional e apontam as áreas e setores que precisam de melhorias. O curso é avaliado por meio de formulário online específico, tendo como indicadores o desempenho e qualificação docente e discente; a adequação dos conteúdos dos componentes curriculares, bem como dos processos pedagógicos vivenciados; a adequação do projeto do curso às demandas sociais e comunitárias e de contribuição aos processos de desenvolvimento locais/regionais; a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão na formação; as condições adequadas de infraestrutura física, de equipamentos, laboratórios e biblioteca; e a representatividade discente e docente nas decisões colegiadas.
De posse dos dados gerados na autoavaliação, o NDE realiza a análise, discussão e elaboração de um relatório com as informações obtidas no processo de autoavaliação. Esse relatório é disponibilizado para a Coordenação do Curso de Agronomia para que possa, por meio de reuniões dirigidas, apresentar os resultados e discutir com o corpo docente e representantes dos discentes e técnicos ligados ao curso. As informações geradas nos relatórios anuais poderão servir de base para a semana destinada ao planejamento e avaliação pedagógica.
A qualquer tempo, por iniciativa dos discentes, é possível incluir nas pautas das reuniões do NDE, itens relativos ao processo de avaliação do curso. Neste sentido, os docentes integrantes do processo formativo se encontram comprometidos na mobilização dos discentes para a participação em processos de discussão e avaliação, bem como para a participação ativa em suas representações nas instâncias deliberativas do Curso.