TECNOLOGIA EM HORTICULTURA
Projeto Político Pedagógico
1.1 Perfil do egresso
Em conformidade com o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia o egresso do Curso descrito neste PPC deverá ser capaz de:
Planejar, gerenciar e supervisionar o cultivo de plantas ornamentais, frutas, hortaliças, plantas medicinais, aromáticas e condimentares, desde o plantio até a comercialização dos produtos.
Supervisionar o preparo do solo e de substratos, a montagem de sistemas de irrigação e drenagem.
Selecionar sementes e mudas.
Planejar a adubação e acompanhar o emprego de fertilizantes e adubos, e o combate de doenças e pragas.
Prestar assessoria técnica para produtores e empresas da área de horticultura.
Orientar o manejo de solo, adubação e receituários técnicos para a área de horticultura.
Vistoriar, realizar perícia, avaliar, emitir laudo e parecer técnico em sua área de formação.
As atribuições profissionais do Tecnólogo em Horticultura são regulamentadas pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) na Resolução n. 313 de 26 de setembro de 1986, especificamente nos Art. 3º e 4º:
Art. 3º - As atribuições dos Tecnólogos, em suas diversas modalidades, para efeito do exercício profissional, e da sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em:
1) elaboração de orçamento;
2) padronização, mensuração e controle de qualidade;
3) condução de trabalho técnico;
4) condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
5) execução de instalação, montagem e reparo;
6) operação e manutenção de equipamento e instalação;
7) execução de desenho técnico.
Parágrafo único - Compete, ainda, aos Tecnólogos em suas diversas modalidades, sob a supervisão e direção de Engenheiros, Arquitetos ou Engenheiros Agrônomos:
1) execução de obra e serviço técnico;
2) fiscalização de obra e serviço técnico;
3) produção técnica especializada.
Art. 4º - Quando enquadradas, exclusivamente, no desempenho das atividades referidas no Art. 3º e seu parágrafo único, poderão os Tecnólogos exercer as seguintes atividades:
1) vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
2) desempenho de cargo e função técnica;
3) ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica, extensão.
A área de atuação do egresso será fortalecida e vinculada às potencialidades da aptidão agrícola da região, conforme a seguir:
Habilidades e competências
O curso de Tecnologia em Horticultura forma profissionais habilitados a ocupar cargos administrativos e de gerência, e/ou para trabalhar como assessor e consultor em empresas, organizações e órgãos rurais, especialmente em agroindústrias, cooperativas e unidades de produção agricultura. O profissional formado pelo curso de Tecnologia em Horticultura deverá ser capaz ainda de:
- Administrar propriedades e empresas rurais
- Desenvolver e gerir empreendimentos e processos
- Desenvolver estratégias de produção, de executar políticas agrícolas
- Entender as diversas conexões das cadeias produtivas
- Utilizar o marketing e demais formas de comunicação no meio rural
- Desenvolver processos com qualidade e adequação ambiental;
METODOLOGIAS E POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Relação entre Ensino, Pesquisa e Extensão
A Universidade tem como função garantir a produção, compartilhamento e apropriação do conhecimento produzido por meio da indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, que serve como base para direcionar as ações desenvolvidas durante o curso e em sua relação com a sociedade.
A sequência das disciplinas a serem ministradas durante o andamento do Curso de Tecnologia em Horticultura, conforme a matriz curricular, associadas às atividades práticas previstas em laboratórios, visitas técnicas e estágios supervisionados, permitirão uma forte interação do aluno com a realidade, fazendo com que o discente desenvolva as capacidades de abstração e fixação dos conceitos teóricos das disciplinas da graduação.
No que tange aos aspectos relacionados ao processo ensino-aprendizagem centrado no estudante; o desenvolvimento de atividades práticas em laboratório e a campo; a oferta de disciplinas optativas, de livre escolha dos discentes; valorização tanto da competência técnico- científico quanto da didático-pedagógica de seu corpo docente incorporando as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) alteradas em 2019 e inserindo como eixo estruturante do curso, enquanto módulo transversal e integrador, as atividades de extensão envolvendo a comunidade. A experiência do aluno em elaborar e desenvolver as aulas práticas e de campo, sob a supervisão do professor, poderá capacitar este a identificar e fixar as variáveis fundamentais discutidas em sala de aula, aproximando o acadêmico da realidade prática.
O curso de Tecnologia em Horticultura proporciona aos discentes a realização de atividades de forma a constituir o conhecimento, estimulando as reflexões por meio de ensaios e testes laboratoriais que permitirão ao aluno fazer a interação teórico/prática nas diferentes áreas de atuação profissional.
Algumas das ações que permitem articular a relação ensino, pesquisa e extensão na instituição são implementadas pelas atividades de iniciação científica, através de editais de fomento à pesquisa e demais atividades realizadas pelos docentes, envolvendo os alunos e demais segmentos da sociedade. No que tange ao desenvolvimento das ações de ensino, pesquisa e extensão, por meio de conteúdos teóricos e práticos que envolvem as disciplinas que compõem a grade curricular, programas/projetos, cursos e eventos, entre outras que serão realizadas ao longo do curso, estimulam a formação de profissionais mais críticos e aptos a resolução de questões relacionadas à área de Agronomia. Considerando a Instituição em sua universalidade, e todo o processo de reestruturação dos PPCs que passa a ser uma estratégia para o enfrentamento técnico e científico dos problemas de infraestrutura e socioambientais na área e devem ser propostas por meio da inter, trans e multidisciplinaridade, promovendo o diálogo entre docentes/pesquisadores, acadêmicos e comunidade.
Este Projeto Pedagógico Curricular de Tecnologia em Horticultura busca ser um todo orgânico, tanto quanto possível, associando conteúdos, procedimentos didático-metodológicos e técnicos coerentes com seus objetivos, inclusive na valorização das tecnologias digitais de informação e comunicação.
O curso de Tecnologia em Horticultura promoverá o incentivo aos acadêmicos em outras atividades esportivas, culturais e, principalmente, aquelas que se relacionam com a sociedade e que vão além daquelas desenvolvidas em sala de aula, em projetos acadêmicos de extensão, pois a extensão universitária é definida, no Plano Nacional de Educação 2014-2024, como “prática acadêmica que interliga a Universidade nas suas atividades de ensino e pesquisa com as demandas da população”.
Deste modo, entendemos que a formação profissional dos graduandos só se concretiza com a utilização da aprendizagem em prol da sociedade em que está inserido, contribuindo para diminuir desigualdades sociais.
Formação teórica articulada com a prática
O Projeto Político Pedagógico do Curso foi organizado abrangendo uma sequência de conteúdos programáticos e atividades ordenadas por matrículas semestrais, as quais devem ser integralmente cumpridas pelo acadêmico, a fim de que ele possa adquirir habilidades e competências relativas às atribuições do tecnólogo em horticultura. Além disso, para garantir a flexibilização do currículo e a diversificação da formação dos discentes, a grade curricular do Curso
de Tecnologia em Horticultura foi estruturada em 04 (quatro) Unidades Curriculares (UC) ou eixos formativos, obedecendo a Instrução Normativa 003/2019-UNEMAT, sendo eles: 1) UC I: Créditos Obrigatórios de Formação Geral/Humanística; 2) UC II: Créditos Obrigatórios de Formação Específica do Curso de Tecnologia em Horticultura; 3) UC III: Créditos de Formação Complementar/Integradora (obrigatórios); 4) UC IV: Créditos de Livre Escolha.
Para complementar a formação do futuro profissional, o acadêmico durante a realização do curso deverá cumprir também as seguintes atividades curriculares obrigatórias: I. Atividades de extensão. No mínimo 10% (dez por cento) da carga horária total do curso é destinado para ações de extensão, conforme Resolução nº 07/2018 do Conselho Nacional de Educação - Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira. II. Estágio Curricular Supervisionado III. Atividades Complementares.
A proposta metodológica fundamenta-se no princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e na articulação entre teoria e prática, numa abordagem inter e transdisciplinar com enfoque tecnológico. Desse modo, procura-se contemplar na sua metodologia a aplicação dos conhecimentos construídos de acordo com a especificidade de cada conteúdo programático, sempre contando com o diagnóstico dos docentes sobre o melhor formato de ensino, bem como, com os conhecimentos prévios dos discentes como âncoras para a aquisição de novos conceitos. O processo de avaliação dos discentes é multifacetado, incluindo diversas metodologias e ferramentas de avaliação de acordo com a autonomia e julgamento de cada docente responsável.
Esse processo ocorre sempre com a obrigação por parte do docente da ampla discussão e transparência na definição e comunicação aos acadêmicos dos critérios avaliativos utilizados e descritos nos planos de ensino de cada disciplina. Em relação às
metodologias e técnicas de ensino adotadas destacam-se:
▪Aulas expositivas e dialogadas de conteúdos programáticos, dando prioridade aos aspectos referentes à formação no contexto da agricultura, bem como, temas que possam relacionar Ciência, Tecnologia e Sociedade. Nessas aulas são utilizados procedimentos de reflexão crítica, questionamentos, indagações, apresentação de dados de pesquisas, associações, analogias, síntese, análise e aplicação de conceitos voltados para a construção do conhecimento, através do estímulo constante do raciocínio, seja para questões individuais ou coletivas. Os conteúdos são organizados e apresentados respeitando-se o tempo e o momento pedagógico dos discentes:
▪Aulas de campo, laboratório e/ou prática (teórico-práticas) com a utilização de recursos tecnológicos adequados, experimentos demonstrativos e/ou outras atividades que melhor se adaptem ao estilo de aprendizado dos acadêmicos, a partir do perfil de cada turma, de modo a potencializar o aprendizado teórico em si, bem como, apontar possibilidades futuras de engajamento no mundo de trabalho.
▪Atividades de pesquisa: os discentes, durante o curso, são motivados a desenvolver atividades de desenvolvimento tecnológico voltadas para as diferentes áreas, com o fim de gerar e ampliar os conhecimentos nessas áreas.
▪Atividades de extensão: na extensão, os alunos podem participar de atividades vinculadas a difusão de tecnologias, projetos, cursos e eventos.
▪Estudos de caso elencando-se situações problemas e utilizando a resolução dessas situações, de forma individual e/ou coletiva, como agente motivador da busca de saberes e do desenvolvimento do pensamento crítico dos discentes. -Organização e execução seminários, palestras técnicas e outros eventos de cunho científico-tecnológico-prático, com profissionais qualificados, que propiciem o debate e a reflexão sobre os conteúdos relacionados ao futuro profissional, bem como, a apresentação de novas tecnologias de mercado,
▪Dinâmicas de grupo: Por meio de jogos, brincadeiras, técnicas participativas e um ambiente descontraído, é possível discutir temas relacionados à formação do futuro profissional, bem como, estimular as relações interpessoais e intrapessoais, melhorar a comunicação, o trabalho em equipe, além de estimular o surgimento de lideranças. Essas dinâmicas promovem a socialização de saberes entre os pares, uma vez que, entre os participantes de determinado grupo haverá sempre a heterogeneidade de saberes.
▪Uso de Tecnologias da Informação e Comunicação: ferramentas de apoio ao aprendizado,
incluindo uso de sistemas informatizados, automação, simulações e jogos computacionais.
▪Atividades de Ensino a Distância (EaD) permitida pela Instrução Normativa 003/2019- UNEMAT, poderão ser realizadas com as ferramentas tecnológicas de ambiente virtual por meio de plataforma institucional definida pela PROEG.
A concepção de currículo do curso de Tecnologia em Horticultura procurará zelar pela coerência dos objetivos do curso com o perfil desejado do egresso; além de articular essas duas vertentes com as habilidades e competências desejadas e também com as diretrizes curriculares nacionais e a Resolução 02/2019 CNE-CP que trata da articulação entre teoria e prática.
I – aula teórica (código T): os créditos teóricos compreendem as aulas teóricas, podendo ser presenciais ou à distância.
II – aula de campo, laboratório e/ou prática como componente curricular (código P): compreendem:
a. Aula prática como componente curricular;
b. Aula em laboratório, e;
c. Aula de campo;
Núcleos de formação
A matriz curricular do Curso, de acordo com a Instrução Normativa 003/2019 – UNEMAT, é dividida em quatro núcleos de estudos ou unidades curriculares, como descrito abaixo.
Núcleo de estudos de formação geral e humanística - UC1 - corresponde aos estudos/conteúdo de formação geral oriundos de diferentes áreas de conhecimento, aos conteúdo das áreas específicas e interdisciplinares, seus funda mentos e metodologias. Nessa unidade curricular estão contemplados os conteúdos que formam as bases teóricas necessárias para sustentar o desenvolvimento acadêmico, bem como o futuro profissional dos estudantes, conforme estabelecido pela Resolução n. 1/2006-CNE/CES.
Núcleo de estudos de formação específica - UC2 - compreende não só os conteúdos específicos e profissionais das áreas de atuação de cada curso, mas também os objetos de conhecimento e as atividades necessárias para o desenvolvimento das competências e habilidades de formação geral do discente.
O núcleo de estudos de formação específica, de acordo com a Resolução n. 1/2006- CNE/CES, será composto por campos de saber destinados à caracterização da identidade do profissional. O agrupamento desses campos gera grandes áreas que caracterizam o campo profissional e agronegócio, integrando as subáreas de conhecimento que identificam atribuições, deveres e responsabilidades. A Unidade curricular 2 (UC 2) contém os conteúdos profissionais essenciais.
Núcleo de estudos complementares/integradores - UC3 - compreende estudos integradores para o enriquecimento curricular. Nessa unidade, no PPC do Curso de Agronomia do Campus Jane Vanini – Cáceres estão alocadas as atividades curriculares de extensão, o Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC I), o Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) e o Estágio Curricular Supervisionado.
Núcleo de formação de livre escolha - UC4 - contempla o núcleo de estudos entendidos como de livre escolha do acadêmico, com o objetivo de ampliar a sua formação, além de destacar as suas habilidades e competências. Nessa unidade, os créditos serão de livre escolha do aluno que podem cursar 180 horas de disciplinas de livre escolha em qualquer curso da UNEMAT ou em outras instituições de Ensino Superior.
Avaliação
A avaliação do desempenho acadêmico deverá ser entendida como um processo contínuo, cumulativo, descritivo e compreensivo, que busca explicar e compreender criticamente os resultados. Devendo respeitar o que consta na Normatização Acadêmica - Resolução 54/2011- CONEPE, atualizada (como se dará o processo de avaliação, provas, trabalhos, exame, etc, que constam na Normativa Acadêmica). Devendo observar: A centralidade da transparência do processo avaliativo, onde as regras devem constar desde o início das disciplinas em seus planos
de ensino; A relevância do retorno aos alunos das avaliações. Ou seja, deve estar aqui o princípio de que a aprendizagem tem como etapa fundamental o feedback – processo mediante o qual o professor expõe para o aluno os aspectos atendidos suficientemente nas avaliações e aqueles ainda não alcançados dentro da expectativa da disciplina.